Uma vida perdida e outra que foi salva, uma lembrança vivida por outra pessoa. Como é possível se lembrar de algo que você nunca vivenciou? Um transplante que deu certo e a memória de alguém que nunca conheceu, mas parece capaz de salvar duas vidas. Um suspense de tirar o fôlego e que você não o compreende até as últimas páginas. Para quem gosta de suspense, o livro “Lembranças de outra vida” é uma boa opção de leitura para um fim de semana a gosto. A autora Mary Higgins Clark, conhecida por seus grandes suspenses, se supera neste livro. Realmente, dos muitos livros que pude apreciar da autora, este é um dos melhores.
Nesta atual história a personagem Natalie Raines, uma famosa estrela da Broadway é encontrada morta na própria casa em Closter, Nova Jersey. E não demora muito para que as suspeitas recaiam sobre o seu marido, de quem estava se divorciando. Anos mais tarde, seu marido está sendo julgado e a promotora-assistente Emily Wallace tenta descobrir o que realmente aconteceu. O que ela não entende é o motivo de o caso lhe parecer tão familiar. Durante o caso, seus segredos mais íntimos são revelados e Wallace descobre estar perto de solucionar o crime, colocando sua via em risco.
Muitos conhecem suspenses de Sidney Sheldon, Arthur Conan Doyle, Agatha Christie e com certeza Clark escreve tão bem quanto eles, chamada até de “A rainha do suspense” ou “mestre da intriga”, por algum motivo estes apelidos descrevem e muito esta grande escritora. Com mais de 25 thrillers escritos, alcançando várias vezes o topo da lista do The New York Times, chegou a ganhar muitos prêmios com sua literatura. Uma capacidade enorme de criar momentos tensos em seus livros, heroínas capazes de tomarem decisões certas nos momentos mais difíceis. Ela utiliza a criatividade e a intriga como arma principal para o leitor não largar o seu livro até terminá-lo e descobrir o desfecho de sua história.
Seu primeiro livro “Where are the children?” foi publicado em 1975 e tornou-se um best-seller. Depois deste sucesso resolveu se dedicar a escrita. Ela que perdeu o primeiro marido em 1964, ficou com cinco filhos para cuidar sozinha. Clark nasceu em 1927 em Nova York, sendo criada ali mesmo. Seus livros já ultrapassaram mais de 70 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo, sendo traduzidos em diversos idiomas. Em 1980 chegou a receber o Grand Prix de Litttèrature, na França e foi presidente da Associação Mistery Writers of America.
Claro que este livro não seria diferente, parece que a cada escrita ela consegue se superar com sua criatividade e suspense, a cada suspiro você quer saber o final da história e o que realmente aconteceu. Os crimes sempre buscam uma forma de chocar e ter um desfecho que o leitor nem desconfiava. Ao menos os suspenses deveriam ser escritos desta forma, o leitor pede para ser surpreendido e é isto que Mary Higgins Clark fornece aos seus leitores. O interessante que neste em especial ela trata sobre a questão de transplante de órgãos e só no final você descobre a ligação entre a protagonista e Raines, se não fosse por esta ligação, a verdade poderia nunca ter sido descoberta. O primeiro livro que li da autora foi “Na rua em que você mora”, um dos melhores suspenses que li até hoje. Adorei seu estilo, a forma que mesclou o passado com o presente e como desvendou dois crimes ao mesmo tempo. Como um crime podia estar interligado com crimes que aconteceram há 100 anos?
Um fato é que para quem gosta de suspense e um estilo parecido com Sidney Sheldon, precisa conhecer e ler os livros desta autora. Alguns já viraram filmes como o caso de “A stranger is watching”, em 1982 e “Where are the children?”, em 1986. Outros foram escritos para a televisão.
Além disso, sua filha, Carol Higgins Clark seguiu os passos da mãe e escreveu livros em coautoria com Mary e outros sozinha. Parece que mais uma Clark conquistará os leitores assíduos de suspense. Porém, ela não é a única da família a seguir estes passos. Mary Jane Behrends foi casada com o filho de Mary Higgins Clark e hoje é conhecida pelos diversos livros com o nome de Mary Jane Clark. Parece que a família segue esta linha de livros e hoje, a rainha do suspense a considera como sua digna sucessora. Será que Mary Jane conseguirá substituir esta grande escritora de suspense? Só o tempo confirmará.
Anaisa Lejambre
Jornalista – Reg. Profissional: 8112/PR
[…] espia nas trevas” e “A filhinha do papai”. Para saber um pouco mais sobre a autora, leia meu texto […]