A busca de um sonho, a realização pessoal e profissional, a luta pela vida. Às vezes tudo o que a gente quer é realizar um sonho, mas o que acontece quando o realiza e sua vida vira 180º graus? Não é para qualquer um manter o otimismo e lutar diariamente pela vida. Um livro que dá uma lição de vida sem ser autoajuda. “Giane – Vida, Arte e Luta”, escrito pelo jornalista Guilherme Fiuza, conta um pouco sobre a trajetória de Reynaldo Gianecchini até a luta contra o câncer. Ele que interpretou em sua primeira novela o Edu, Laços de Família, em que sua mulher Camila, interpretada por Carolina Dieckmann descobria ter leucemia. Depois de quase 13 anos, a ficção ficou mais perto da realidade. E a dúvida de que seguiria o mesmo caminho ficaria na cabeça de muitos. Giane, como é chamado no livro, descobriu o câncer 6 meses depois de seu pai ter descoberto o dele. Ao lado de uma guerreira, mãe e mulher, Heloísa os ajuda a superar este momento difícil.

Fiuza conseguiu escrever uma biografia com elementos da dramaturgia, deixando-a mais atrativa, além de transformar em palavras a luta por um sonho e pela vida. Pode-se esperar inclusive momentos descontraídos, em que tirará risadas dos leitores, com situações engraçadas que nosso ídolo passou em sua vida.

Outro aspecto interessante do livro foi o otimismo do Giane em relação a muitas coisas em sua vida, desde a um sonho para se realizar até o momento difícil de superar. Amigos e familiares ficaram ao seu lado, comprovando o quanto isto é importante para todos. Tem uma frase do livro que resume algumas situações que o ator passou e confesso que me chamou bastante a atenção: “Claudia Raia se permitiu o pensamento inevitável: câncer raro do tipo mais raro, cateter que vira acidente raro, fungo raro… Será que Gianecchini não podia ser um pouco menos original em tudo?” E durante o livro, você perceberá que ele não poderia ser menos original, como um bom artista. Porém, ao lado de amigos como Claudia Raia, ele superaria esta fase e seria um exemplo a outros que lutam diariamente contra esta e outras doenças.

Para divulgar o livro, o escritor e ator fazem uma turnê pelo Brasil, e neste domingo, dia 14 de abril, eles estiveram nas Livrarias Curitiba, do Shopping Palladium e uma coisa posso dizer: foi uma loucura total. Fãs do ator compareceram ao evento e sem saber se comportar em tal ambiente, gritavam constantemente, dificultando aos leitores escutarem as respostas de ambos a poucas perguntas. Desta vez Página, Câmera e Ação não trará um vídeo de autoria própria, pela quantidade de fãs no local que impossibilitou a boa captura de imagens do evento.

Porém, transcrevi algumas respostas de ambos sobre curiosidades ou o processo de escrita da obra literária. “Eu acho que entrei em mais uma peça no enredo que é a vida do Giane, que tudo acontece de uma maneira mágica (..) A gente fez sessões de mergulho de horas e horas de conversa interessantíssima. E de todas as pessoas do show business que convive com ele.  E para escrever o livro foram 2 meses e meio virando dias e noites em uma história maravilhosa, apaixonante. Se não fosse apaixonante não dava para fazer”, comenta Fiuza.

Uma história sobre a arte de atuar e como é difícil entrar neste ramo. Giane afirma durante a conversa que a pessoa que busca atuar, tem que saber se o faz porque gosta da profissão ou da emoção que vem com ela. É um trabalho que exige muito, porque enquanto você não está gravando, você precisa ensaiar.

O leitor entra num mundo, que muitas vezes pode ser desconhecido, o da fama, o do reconhecimento artístico e a luta constante em se manter nesta área.  “A gente tenta capturar um pouco da alma do nosso personagem e a grande alegria foi conhecer esta personalidade (..) Conhecia o Giane como artista e tal, mas não imaginava o enredo cinematográfico que era a vida dele. Então foi um grande prazer escrever este livro”. Fiuza também diz que para transformar este livro em filme, seria necessário que o próprio Gianecchini fizesse o papel, foi um comentário descontraído que fez as fãs de Giane suspirarem.

Para finalizar o evento, cada um deu sua mensagem especial ao público. Fiuza afirmou “É uma alegria enorme ver esta turma toda aqui. É maravilhoso ter o Giane ao vivo Leiam o livro, a história do Giane vocês vão se apaixonar ainda mais por ele.” E a mensagem de Giane foi de agradecimento “Eu sempre agradeço o carinho das pessoas. Todo este amor que me é oferecido. Eu busco sempre retribuir. E chamo todo mundo a ser generoso, é tão bom ter um olhar carinhoso das pessoas. Eu tento trazer isto para o meu dia-a-dia”.

Parece que Giane realmente consegue trazer este carinho, o otimismo constante e a vontade de viver. Acredito que a parceria entre os dois foi perfeita, um escritor que já provou em outras obras a sua capacidade e ganhou seu espaço na mídia. Quem não conhece o filme “Meu nome não é Johnny”? Foi baseado no livro deste jornalista. Ele também teve a oportunidade de escrever “Bussunda – A vida do casseta”. Fiuza, é colunista da Revista Época, com textos criativos, transmite sua opinião em cada palavra escrita. Especialista em política brasileira faz grandes comentários. E parabéns pela coragem de Giane de abrir a sua vida como um livro, literalmente. Tratou de temas complicados, é como se ele tivesse ficado sem roupas.

Parabéns pelo trabalho de ambos, pois é um livro que traz muitos ensinamentos e nos mostra a parte humana de um trabalho reconhecido mundialmente. Agora quem tiver a curiosidade é só adquirir o livro na loja mais perto ou até mesmo pela internet. Hoje a facilidade é imensa para quem busca mais informações. Além disso, toda a renda adquirida com as vendas, Gianecchini utilizará para fundar uma instituição para cuidar de crianças e idosos no interior. Agora, a desfrutar de uma boa leitura.

Autógrafo do Fiuza e do Gianecchini

Texto e fotos: Anaisa Lejambre

Jornalista – Reg. Profissional: 8112/PR