Uma revolta num povo que buscava justiça, 6 vidas jogadas ao acaso a procura de uma sobrevivência. Um país capaz de ajudar o outro colocando em risco a seus próprios cidadãos. Uma loucura completa tinha se formado e como estas pessoas sairiam vivas de lá? Apenas um especialista em resgatar pessoas seria capaz de salvá-los. E assim um circo tinha se formado e até a magia de Hollywood estava entrando nessa. “Argo”, terceiro filme dirigido por Ben Affleck, ganhou o tão cobiçado Oscar de melhor longa-metragem em 2013.
E com certeza foi merecido, uma história intrigante, com muitos momentos de tensão em que o público não sabe o que irá acontecer. Todos pela torcida que tudo acabe bem, mas o plano tem tudo para dar errado. Baseado em uma história real, tira suspiros de quem assisti. Como o personagem teve esta brilhante ideia e como ele confiou que fosse dar certo? Estava na cara todas as complicações que poderiam surgir.
O enredo se passa em 1979, no Irã e tudo começa com o antigo Xá ganhando asilo político nos Estados Unidos. O povo buscava justiça, depois de terem um governo de opressão. Diversos protestos surgem contra os americanos e um deles acontece em frente à embaixada do país, que não demora muito para ser invadida. Os trabalhadores de lá começaram a queimar papéis e a destruí-los para não pararem em mãos equivocadas. Nesta confusão, seis diplomatas americanos conseguem escapar do local e se refugiam na casa do embaixador canadense, os únicos dispostos a ajudá-los. E agora? Os Estados Unidos sabendo disso precisava fazer algo, salvar estas pessoas que trabalharam por tanto tempo servindo o país. Por este motivo chamam Tony Mendez (Ben Affleck), um especialista em exfiltração e que sugere uma ideia louca.
E sabe qual é? Criar um filme falso, divulgá-lo como verdadeiro e que buscavam locações no Irã. Detalhe, eles se passariam por canadenses, isto mesmo. Os americanos não poderiam entrar no país, mas os canadenses conseguiriam. Agora me diz, como vender uma mentira como sendo verdade no mundo de Hollywood? Precisaria de ajuda do produtor Lester Siegel (Alan Arkin) e do maquiador John Chambers (John Goodman) que trabalhavam neste meio.
Realmente um grande filme, Affleck queria que Brad Pitt interpretasse Mendez, mas devido a conflitos de agenda, ele teve que recusar. Mas acho que Affleck deu conta de dirigir e atuar. Além do Oscar de melhor filme, ganhou também o de melhor roteiro adaptado por Chris Terrio e melhor edição de William Goldenberg. Ambos mais do que merecidos.
Alguns elementos no roteiro o deixaram com mais tensão, para prender a atenção de quem assiste. No início muitos podem pensar que é meio parado, monótona. Mas realmente é fascinante a forma que a desenvolve, os personagens e o fazer um filme dentro de um filme, esta encenação toda foi perfeita. Os atores que interpretaram os diplomatas mostraram o medo por detrás de tudo o que acontecia e a esperança de serem resgatados. E quando surge esta oportunidade, eles ficam com medo de que algo dê errado. Porém, eles precisavam acreditar que daria certo, porque se não a chance seria menor do que já era.
Um dos sobreviventes em uma entrevista a revista Veja comenta sobre o filme e acredita que algumas partes importantes foram deixadas de lado. Às vezes para deixar o filme mais hollywoodiano e outras pode ser por falta de tempo em transmitir tanto tempo em um longa-metragem. Já sabemos como é difícil isto.
A edição do filme seguiu um ritmo bom para contar a história. No início por meio de desenhos explica um pouco a situação que o povo vivia e a “guerra” contra os americanos. A invasão e a loucura de um povo em busca de justiça, situando o público na situação do final da década de 70. E também tem uma mescla de imagens do filme com as de arquivo para dar uma ideia maior de realismo.
Além destes pontos, Ben Affleck, ganhou um Globo de Ouro como melhor diretor e de melhor filme dramático. Ele que já dirigiu dois outros filmes, em 2010 “Atração Perigosa” e 2007 “Medo da Verdade”, ganha experiência nesta área de responsabilidade que é a direção. Também já atuou em grandes filmes e juntamente com George Clooney foi responsável pela produção do filme que arrecadou US$ 228 milhões.
Arkin e Goodman tiram boas risadas do público enquanto montam um circo para que as pessoas acreditem no filme falso. Na torcida para que tudo dê certo, eles precisam vender a história para a imprensa, se a conquistou, todos acreditariam nesta versão. Enquanto isto eles preparam Mendez para ser o produtor do filme ou melhor, para se passar por um no Irã.
Um outro ponto interessante é a forma que filmaram, porque a qualidade do filme tentou parecer com a qualidade de filmagem de antigamente. Percebemos os grãos na imagem e fiquei me perguntando como foi feito. Em uma pesquisa pela internet descobri que Affleck buscou dar a impressão de anos 70 e filmou o longa-metragem com película comum, cortou os quadros pela metade e ampliou as imagens em 200%. Vocês ainda tem dúvida de que mereceu o Oscar? Acho que não.
Só assistindo o filme para saber o motivo de ter ganhado vários prêmios. Para quem gosta de histórias baseadas em algo que aconteceu e filmes políticos é uma ótima escolha para um fim de semana. Por isto, deixo o trailer abaixo para deixá-los com mais vontade de ir à locadora mais próxima para assisti-lo:
Anaisa Lejambre
Jornalista – Reg. Profissional: 8112 / PR
O filme parece ser bem interessante. Vou gostar de assistir. Fico pensando em como começou a carreira de Ben Affleck e ver onde chegou, merece parabéns. Bj
Eu achei bem interessante o filme e a forma que é contada. Vale a pena, não é apenas um filme que ganhou o Oscar, mas sim um que mereceu ganhá-lo… Verdade, já assisti tantos filmes com ele que gosto de vê-lo como diretor e se aperfeiçoando cada vez mais. Bjus.