Computadores, internet, whatsApp, facebook, a era da tecnologia cresce a cada dia. Um tempo em que os computadores dominam e que a segurança nacional pode depender de algo tão prático. Imagine robôs, a capacidade enorme com esta criação e uma dependência por parte de todos. Em um futuro não muito distante, a segurança nacional será o objetivo principal e a busca para uma solução mais prática poderá ser encontrada. Imagine robôs que defenderão o ser humano, máquinas inteligentes que trarão uma maior tranquilidade a todos nós. O melhor ainda é misturar a tecnologia com partes do corpo humano, como um ciborgue. Seria o ideal, porque teria os sentimentos humanos e a praticidade e facilidade das máquinas em reagir nas piores situações. No dia 21 de fevereiro estreou o remake de Robocop, o tão esperado filme dirigido por José Padilha, o responsável pelo sucesso brasileiro de Tropa de Elite.
O enredo se passa no ano de 2028, em que drones não tripulados e robôs buscam trazer a segurança no mundo afora, porém, a sociedade dos Estados Unidos não aceita a ideia de tê-los no país. Por este motivo, a OmniCorp, criadora das máquinas, procura por uma solução que traga paz a nação e aceitação por parte de todos. Por isto que o dono da companhia Raymond Sellars (Michael Keaton), decide criar um robô com a consciência humana e a oportunidade aparece quando o policial Alex Murphy (Joel Kinnaman) sofre um atendado deixando-o entre a vida e a morte. Com permissão da mulher, a empresa fará de tudo para salvá-lo e o transformará em um agente implacável da lei.
Desde o início, o filme recebeu fortes críticas, um dos motivos, a mudança da armadura do protagonista para preto. Para os fãs do filme de ciência-ficção, foi difícil assimilar esta mudança. Apesar de que a nova armadura ficou melhor e mais moderna que a anterior. Seguiu um modelo feito especialmente para um filme atual. Com grandes atores em seu elenco, teria possibilidades imensas em transformá-lo em um excelente filme. Keaton entrou em seu papel de forma carismática, querendo conquistar o público com a vontade de mudanças e mostrando o seu verdadeiro cárater no decorrer do longa-metragem. Kinnaman, o robocop, conquistou seu espaço e fez um ótimo trabalho, mostrando o seu lado humano e o da máquina, suas dúvidas e inseguranças.
O primeiro Robocop foi lançado em 1987 e foi um sucesso para a época. Esta nova versão tem muitas diferenças, principalmente no roteiro escrito por Joshua Zetumer. Ele misturou alguns pontos da trilogia do Robocop e alguns personagens coadjuvantes no anterior, tiveram um papel de extrema importância no atual. Interessante a forma que retrata o policial e depois como o ciborgue.
Padilha traz ao protagonista mais sentimentos humanos, dúvidas e inseguranças, ao invés de uma simples máquina. E aos poucos faz a transição para um robô que segue as regras e se esquece dos sentimentos. O ator responsável em trazer a vida este herói, teve que colocar a roupa do Robocop que pesava 20kg. Na primeira semana de gravações emagreceu 7kg. Além de sentir muito calor dentro dela, tinha o desafio de caminhar com esta roupa, imagine o desafio. O objetivo do diretor era deixar o mais real possível as cenas do ciborgue e parece que conseguiu. Ao invés do ator fingir que ser um robô, ele precisou se transformar em um.
A mulher de Alex Murphy participa intensamente neste longa-metragem, trazendo sua visão a história. Algo que no filme anterior não acontece. Ela e o filho são esssenciais ao filme e trazem temas complexas a ele. Além do jornalista sensacionalista interpretado por Samuel L. Jackson. Ali se ensina a como não fazer jornalismo e como a mídia manipula as opiniões da sociedade. Jackson realmente fez o jornalista que tanto odiamos nos meios de comunicação. Aquele que passa para o público o que quer, recheado de opiniões extremistas e uma manipulação direta para que concorde com ele. A procura de moldar a opinião da sociedade. Este remake busca temas atuais a serem tratados e um maior realismo para um filme de ciência-ficção dos anos 80. e trata de um filme de ficção com um maior realismo no roteiro. Não uma viagem completa. Busca uma lógica para tudo.
No início acaba sendo mais parado, com muitas explicações e vemos o policial Murphy antes de virar uma máquina. No filme de 1987 não acontece muito e não temos uma aproximação ao personagem humano. É possível, que este início permita uma continuação. Mas segundo Padilha, ele não seria responsável pela sequência. Não é a favor disso e abriu uma exceção em Tropa de Elite, um excelente filme brasileiro. Para os viciados em videogames, as cenas recheadas de ação traz um estilo dos melhores jogos de videogames, com grandes efeitos visuais e lutas imperdiveis.
Mas claro que também tem alguns lados negativos no remake, nada é perfeito. O que senti falta no novo filme? Acho que a ironia, algo que sempre me chamou muita atenção no anterior. Apesar de algumas falas terem um toque de ironia ou serem engraçadas, o novo diretor, apesar de excelente, seria dificil conseguir alcançar este aspecto do Paul Verhoeven, também responsável pelo filme “O vingador do futuro”, lançado em 1990.
Além destes pontos, o roteiro acaba sendo muito explicativo, deixando desnecessária algumas cenas, tornando-o um pouco cansativo. Seria muito melhor se permitisse o público tirar suas conclusões. E também tem alguns detalhes que o filme anterior possue e que daria um toque especial ao remake. Eu não poderei comentar, para não estragar a graça de assisti-lo nos cinemas.
A verdade que o roteirista e o diretor tomaram como base os filmes anteriores, misturaram um pouco de cada e fizeram um roteiro único, com o objetivo de atrair todo o tipo de público. Os fãs antigos e novos. Porém, como tantos outros remakes, tem aqueles que amam e outros que odeiam. Vai do gosto de cada um, mas eu que assisti quando criança o filme com minha irmã e meu pai e reassisti no mesmo fim de semana de estreia, posso dizer que me surpreendeu positivamente este novo longa-metragem. Acredito que José Padilha terá uma trilha nova para seguir, com projetos extraordinários e a possibilidade de reconhecimento no exterior. Desejo à ele muito sucesso e que esta escolha por transportar novamente este herói as telonas tenha sido apenas o início.
Para quem ainda não viu o trailer, deixo abaixo para decidirem se querem ou não assisti-lo.
Anaisa Lejambre
Jornalista – Reg. Profissional: 8112/PR
Amei o primeiro filme anos atrás. Temos até a miniatura do robocop. Espero que seja tão bom quanto foi àquele. Linda abordagem Anaisa. Bj