Hasta la vista baby! – Que cinéfilo não conhece esta famosa frase de “O exterminador do futuro”? Uma de tantas que ficaram para a história cinematográfica.
Para mim, ela representa um sonho. Isto mesmo, eu me imagino ao lado do meu pai novamente, assistindo-o atentamente e me aventurando com os dois primeiros filmes da série. O nosso ciborgue predileto Arnold Schwarzenegger lutaria na continuação e conquistaria a amizade do jovem que faria a diferença no futuro.
Hoje é um dia especial para todos os pais, um momento entre tantos para demonstrarmos o nosso carinho e amor por eles. Ao invés de citar livros e filmes das relações entre pais e filhos, contarei sobre a minha relação com o cinema e a paixão pela sétima arte que dividi com o meu pai .
Não me lembro de uma conversa que tive com o meu pai sem comentar algo sobre algum filme, ator ou diretor. Ele foi tão apaixonado pela ficção que passou para todos os filhos este vicio. Como a maior parte dos homens, ele adorava o gênero de ação e aventura, porém era eclético, bastava ser um filme e ele parava para assisti-lo ou descobrir qual era o nome.
Desde pequena, eu via as fitas que meu pai gravava em uma estante improvisada. A sua coleção, chegou a ter mais de 250 longas-metragens que eram catalogados por cores e números. Imagine um universo enorme de histórias fantásticas? E uma pequena criança olhando para cima e deliciando-se com os diversos filmes.
Amarelo 5, esta era a fita que eu mais assistia quando criança: “Convenção das bruxas”. Ele gravou especialmente para mim. Eu assistia tanto, que nem precisava buscar em seu caderno para saber onde estava, qual era a cor ou número. Os episódios da série “Lois e Clark: As novas aventuras do Superman” foram gravados também por minha causa, já que o horário que passava era muito tarde. São muitas as lembranças e com o tempo eu fui aprendendo um pouco sobre esta arte que mobiliza milhões de fãs ao redor do mundo. E se hoje tenho um blog sobre filmes é graças a todos os ensinamentos que ele me passou e todos os momentos que compartilhamos sobre cinema. Uma pena, ele não ter podido ler meus textos e ver o quanto aprendi ao lado dele. O mesmo acontece sobre os livros, se não fosse pela minha mãe ter me incentivado e me mostrado a importância do livro, quem sabe não teria descoberto este grande mundo e falaria sobre ele aos meus leitores, amigos e familiares.
Mas claro que meu pai tinha alguns que ele mais apreciava, como a saga de 007, com grandes atores e histórias cheias de mistérios e aventuras. Fã destes filmes, sempre pensou que Sean Connery foi um dos melhores e Pierce Brosnan também teve seu impacto nesta grande história.
Muitos foram os filmes que marcaram minha infância, adolescência e a vida adulta ao lado deste meu mentor, amigo, companheiro e pai. “Duro de matar” sem sombra de dúvidas foi um dos prediletos dele. Eu e minhas irmãs, quando fomos ver o último, nos lembramos dele, por dois motivos: Por ele gostar muito e não ter podido vê-lo, mas também por o compararmos fisicamente com o Bruce Willis, ao menos ele não tinha cabelo igual ao ator. Brincadeiras a parte, nos emocionamos ao pensarmos nele enquanto o assistíamos.
Entretanto não é só este tipo de filmes que ele gostava. “Cartas para Julieta”, quem me apresentou a esta história foi ele. Uma comédia romântica com Amanda Seyfried, um filme light, bonitinho e que conquista a atenção do início ao fim. Um romance de séculos, sendo recontado de uma maneira divertida e diferente, tudo o que precisamos para nos esquecermos um pouco do mundo. Além deste, lembro-me de todas as vezes que assisti com ele as “10 coisas que odeio em você”, outra comédia romântica que ficou marcada por anos pelos jovens. Acho que eu o apresentei este filme.
Com o meu pai, aprendi o que é cinema e adquiri um gosto especial. Desde filmes de super-heróis, com muita ação e diversão, até suspenses, romances, dramas, menos terror, este ele não gostava, mas eu confesso que adoro desde pequena. Tínhamos nossas opiniões formadas e nem sempre concordávamos um com outro, mas quando um de nós recomendava um filme, valia a pena pararmos para assisti-lo. Sempre foi assim, uma simplicidade e uma relação sincera. Muitos foram os ensinamentos e isto é o que fica, o que aprendi, o que apreciei ao lado dele, as boas lembranças, os momentos felizes e as risadas gostosas, até mesmo das piadas sem graça.
Neste dia, não devemos lembrar-nos só de filmes que contam uma relação de pai e filhos que desconhecemos. E sim, o que nos conecta aos nossos pais, o que temos em comum com eles e marcarmos presença em suas vidas. Não é a penas um dia que fará diferença, mas sim todos aqueles em que você o procura, pergunta como ele está, liga para ele só para escutá-lo. Aproveite cada instante e o abrace bem forte, não se esqueçam de dizer o quanto o ama, pois a verdade, é que não sabemos como será o amanhã e nunca é tarde para dizer a alguém que o amamos. Como o livro “Tudo aquilo que nunca fui dito”, de Marc Levy, que conta a história de uma filha que perde o pai, sendo que sua relação com ele nunca tinha sido boa. Devemos aproveitar cada instante ao lado deles.
Desejo a todos um feliz dia dos pais, em especial ao meu padrasto que é meu segundo pai, a meu padrinho e ao meu avô que infelizmente se foram. E claro que também ao meu pai que não está mais aqui entre nós, mas que me lembro dele em cada filme, história e aventura que vivencio com novos personagens. Assim, ele sempre ficará comigo, não importa onde eu esteja.
Anaisa Lejambre
Jornalista – Reg. Profissional: 8112/PR
Bela homenagem ao seu pai.
pq vc fez isso comigo Ana? sad mas bonito