Uma mudança, o início de uma nova vida, um sonho de construir algo melhor e uma única oportunidade. Tudo parecia diferente, as noites pareciam longas, barulhos ecoavam pela casa e um animal capaz de sentir algo que os humanos não percebiam. Um aviso ignorado, um latido esquecido e uma manhã inesquecível.

Em Harrishiville, Estados Unidos, uma família se muda para uma nova casa e em sua primeira noite, começam a perceber fenômenos sobrenaturais. As crianças ficam assustadas e seus pais precisam passar segurança a elas. Roger Perron (Ron Livinston) resolve chamar dois demonologistas mundialmente conhecidos, Ed (Patrick Wilson) e Lorraine (Vera Farmiga). O que eles não podiam imaginar era ter que enfrentar uma entidade demoníaca poderosa para proteger uma família desconhecida. Este será o maior desafio de suas carreiras.

A produção utiliza o tom de documentário para que as pessoas acreditem que seja um programa investigativo de TV sobre os Warren, com uma introdução bem interessante e de uma forma pedagógica. Este estilo lembra de “A bruxa de blair”, porém, muito melhor. Porque o filme é mais trabalhado e desenvolvido. Eu acredito que “A bruxa de blair” fez sucesso pelos mitos que criaram em relação ao filme e despertaram a curiosidade do público.

Agora o filme “Invocação do mal”, apesar de um gasto relativamente pequeno, em média de US$ 20 milhões, já arrecadou no mundo US$ 260 milhões, sendo que aqui no Brasil estreia hoje. Um excelente dia para lançar um filme de terror, vocês não acham? Ainda mais estes de espíritos, que qualquer barulho na casa, o fazem pular de susto no sofá.

E sabem quem foi o diretor e responsável em colocar em prática esta produção? Simples, foi James Wan, como citei no texto anterior, seu primeiro filme foi Jogos Mortais tanto como diretor como roteirista. Criativo, utiliza música como um complemento das cenas, para dar o tom de suspense e tensão.

Um filme interessante, com um roteiro intrigante, cenas bem produzidas e uma excelente direção de fotografia. Comparado a um filme como “Atividade Paranormal”, ele já está no lucro, por ter um roteiro bem desenvolvido. E ter cenas de suspense que podem tirar suspiro do público.

Entretanto, não posso deixar de comentar que possui cenas que são muito previsíveis, a música tradicional de suspense, com uma aparição do espírito ou entidade do mal, na casa da família. Os personagens são os básicos: uma família desprotegida, especialista para combater este mal e os céticos, sempre precisam existir, para no final mudarem de opinião. Mas chega a um ponto que não tem como fugir disso, certo? O interessante é que Wan, mesmo tendo um roteiro comum, tenta diferenciar em alguns aspectos. Apesar de muitas das cenas eu não ser surpreendida, o público parece estar apreciando o longa-metragem. Ao menos fazia um tempo, que não tinham comentários positivos em relação a um filma de terror.

E a tensão continua, ao menos para quem aprecia este tipo de filme. Tem aqueles céticos, que vão assisti-lo e começam a rir e não de nervoso. Ao invés de terem medo, encontram uma comédia em qualquer filme de terror. Porém, você sabe o que significa ter medo? Um estado emocional resultante da consciência de perigo ou de ameaça, reais, hipotéticos ou imaginários? Uma fobia, pavor e terror? Preocupação com determinada possibilidade? O que você acha? Conseguir que um suspense surpreenda o público, o assuste e o faça imaginar que você verá o espírito no seu quarto, é conquistar um objetivo.

Situações conhecidas, sonoplastia de dar medo, tempestades de tirar o fôlego, músicas tensas, barulhos de portas, sonambulismo, coisas inexplicáveis, são elementos que tem em muitos filmes do gênero, o importante é a forma que o colocará na produção. Precisam provocar medo, ansiedade, curiosidade, angústia e nervoso. Se conseguiu isto, tem um filme de terror apreciável pelo público alvo.

As atuações neste longa-metragem são surpreendentes, em principal dos atores que interpretam o casal Warren, Vera Farmiga e Patrick Wilson. A mãe das crianças, Lili Taylor, fez uma boa atuação, pecando em algumas situações que eram muito difíceis para interpretação. Ela tinha a responsabilidade de manter uma personagem confusa, porém uma mãe capaz de enfrentar céus e terras para proteger seus filhos, mas incapaz de lutar contra este mal sozinha. Mães como de “O exorcista”, “Silent Hill” ou “A mão que balança o berço”, são mães como um símbolo de proteção, segurança e estabilidade. Porém que perde tudo isto, quando menos se espera.

Neste filme, como em qualquer outro, às vezes irrita as coincidências e momentos inexplicáveis. Ou o não desenvolvimento de alguns personagens. As cenas tentam ao máximo mostrar detalhes e não o corpo inteiro do que os persegue. Uma tática mais segura, do que utilizar o espírito completo ou o demonstrar o mal, porque muitas vezes pode provocar um estado contrário ao objetivo.

Claro que ainda sou da opinião que os filmes antigos de terror são melhores, mas este está bem razoável para quem gosta do estilo. Depois da decepção com Atividade Paranormal, este pode surpreender positivamente. Comentários do público admitem ter sentido medo em algumas ocasiões, apesar de ser aquelas típicas de terror e previsíveis, as pessoas que gostam deste gênero, por mais que saibam que algo vai acontecer, é capaz de assustar-se mesmo assim.

Uma comparação que fazem é o novo exorcista, mas não acredito que ainda possa a ser comparado a este grande clássico. Apesar de ter cenas de exorcismo, nada como o filme original. É um bom filme, mas podia ser melhor. Posso dizer que neste ano, em relação a filmes lançados até agora  de terror, é o melhor. Não tem como argumentar isto.

E você? Se arriscará a assisti-lo na sexta-feira 13?

Agora deixo dois vídeos para introduzi-los na história, o primeiro é o lançamento que a Warner fez em parceria com o site Omelete, mostrando a reação do público ao assisti-lo. E o segundo será o trailer, assim você se decidirá se quer ou não vê-lo. Agora preparem-se, porque a continuação do filme está garantido.

Anaisa Lejambre

Jornalista – Reg. Profissional: 8112 / PR

Agradecimentos especiais a Cláudia Maruchi